Que estamos mais ansiosos, não há dúvida. Está provado cientificamente que boa parte da população mundial sofre algum transtorno mental. Se já sofríamos de ansiedade e depressão na era digital, muitos casos se agravaram em tempos de pandemia.

Segundo pesquisa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), os casos de estresse dobraram e os de depressão e ansiedade cresceram 80% em abril (o início do isolamento social). Os dados mostram que as mulheres têm maior propensão a sofrer de ansiedade que os homens.

Outra pesquisa dos Estados Unidos também traz um quadro preocupante. O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) é um guia amplamente utilizado por profissionais de saúde mental.

Ele define transtorno de ansiedade social como um “medo persistente de uma ou mais situações sociais ou de desempenho nas quais a pessoa é exposta a pessoas desconhecidas”. Essa ansiedade interfere no funcionamento normal e geralmente persiste por seis meses ou mais. Quanto mais demandas temos hoje no ambiente digital, mais ansiosos e depressivos ficamos.

A falácia do smartphone

Nossos celulares são responsáveis por nosso acesso a tudo o que acontece ao nosso redor. Eles são usados para tudo, menos para sua função primordial, que é fazer ligações. 

Em vez disso, eles são usados ​​como computadores móveis, para verificar e-mail, fazer compras on-line, acessar notícias, baixar músicas e vídeos, participar de mídias sociais, pedir comida, ver mapas, entre outras coisas.

Podemos encontrar a resposta para quase qualquer pergunta com o toque de um botão. Embora esses avanços na funcionalidade tecnológica e no acesso sejam surpreendentes, eles têm um custo.

Há evidências de que estamos nos tornando dependentes ou até mesmo viciados em nossos telefones. Pense em como você se sente quando percebe que esqueceu o celular. Pode ser desconfortável, não é? De fato, pesquisas recentes mostraram que algumas pessoas experimentam estresse e ansiedade quando são separadas de seus celulares e podem até exibir sintomas semelhantes aos de abstinência.

Então, por que a tecnologia que está deixando muitos de nós ansiosos e estressados? Temos 3 palpites:

Distrações

As notificações do celular nos deixam distraídos e somos levados a interromper o que estamos fazendo para verificar as atualizações da rede. De fato, um estudo do Reino Unido descobriu que os usuários de smartphones desbloqueiam seus telefones em média 85 vezes por dia. Além disso, o tempo que passamos conectados ao celular giram em média de 5 horas por dia. 

Isso significa que somos incapazes de focar nossa atenção. Se já somos dispersos por natureza, o smartphone contribui ainda mais.

Desregulação do sono

Muitos de nós usamos o celular na hora de dormir. Você vai para a cama com a intenção de dormir, mas só quer checar seu telefone, procurar as últimas notícias, as novas piadas que você não viu na última hora. Então, em questão de minutos você está assistindo uma cena totalmente aleatória ou um vídeo no Tik Tok. 

Olhar o celular na hora de dormir atrapalha nosso sono, pois o aparelho estimula demais o cérebro, dificultando o desligamento e nos expondo à luz azul da tela. Pesquisas sugerem que a exposição à tela azul pode reduzir a produção de melatonina, o que interrompe nosso ritmo circadiano (ou seja, ciclos de sono), dificultando a queda e a permanência do sono. 

Equilíbrio entre vida profissional e pessoal

A barreira entre o trabalho e a vida pessoal é muito estreita, principalmente quando a maioria da população está fazendo home office. É preciso ter equilíbrio e aprender a não se deixar consumir o tempo todo pelo trabalho. 

O ideal é ter um trabalho em que você se realize. Assim, fica menos estressante. Separar um tempo para você na sua rotina diária faz toda a diferença para evitar o estresse e a ansiedade.

O que fazer para melhorar esse quadro

Não quero cagar regras e sempre digo que não existe receita de bolo para algumas questões complexas da vida, mas algumas atitudes podem melhorar esse quadro de ansiedade e depressão. O primeiro é procurar ajuda especializada, dependendo da gravidade do caso.

De resto, há algumas coisas que você pode fazer por você que custa R$ 0 e pode ajudar e muito, como:

Tire um tempo para você. Selecione uma hora do dia para fazer coisas só, que tragam prazer e bem-estar, como: atividade física, ler, meditar, não fazer nada, tomar chá ou café, estudar, enfim, qualquer coisa que te conecte com você!

O celular não é vilão, ele é um forte aliado. Mas é preciso equilibrar o tempo que você passa on-line e o tempo off-line. Tudo nessa vida precisa de equilíbrio para funcionar.

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